Este post é uma repostagem que fiz em 2014 para compartilhar uma
das minhas várias visitas ao Museu Afro Brasil, no Ibirapuera. Em 2014, o Museu
Afro Brasil nos presenteou com uma linda exposição dos metais usados como moeda
na África.Com certeza a expo não está mais no Museu, e como este blog está
passando por uma repaginação, estou selecionando alguns posts passados porque
penso que são informações pertinentes para compartilhar.
Durante muito tempo, objetos de troca serviam como dinheiro para
se obter alguma coisa. Falando especificamente da nossa casa, África, o metal
foi uma importante moeda como forma de recursos no momento de compra.
Uma variedade de objetos com ou sem valor teve seus momentos de
glória sendo usados no lugar do que hoje temos como dinheiro. As trocas de
metais e seu acúmulo era como nossos irmãos, antigamente, demonstravam sua
riqueza. Esses mesmos metais, posteriormente, foram transformados em armas,
ferramentas e outros utensílios valiosos. Eles usavam esses objetos como forma
de pagamento de quaisquer tipos de serviços prestados e, inclusive, para
acertos de “dote de casamento”. Um costume que tantas pessoas desaprovam, mas
ao sabermos um pouco mais chega a ser compreensível para a época é que o
pagamento do dote não era porque a família estava vendendo a moça como se ela
fosse mercadoria. O fato era que como o rapaz estava tirando-a do seu ceio
familiar para se casar, ele deveria compensar a família por estar levando a
mulher (enquanto força produtiva de trabalho e geradora de vida) do círculo de
onde ela nasceu para fazê-la desenvolver atividades fora do seu núcleo
original. Percebem como a figura da mulher parece ser sagrada? Em todos os
textos que lemos sobre a presença feminina na vida africana é perceptível que a
mulher é sagrada e respeitada porque gera vida.
Hoje,
chamamos esses objetos de moedas, mas na época não era esse o nome. As
definições foram várias: dinheiro primitivo, dinheiro pré-colonial, dinheiro
tradicional, meios de pagamento, medida de valor, etc. Muitos desses nomes
foram aplicados em diversos povos não africanos. Na arqueologia e na numismática,
chamam-se a esses objetos de paleomoedas, formado pelo termo grego paleo (ou palaios) que tem significado de
antigo; resultando em moeda antiga. Com o tempo, os objetos de valores foram
perdendo seu espaço em negociações como forma de pagamento.
Não
há como evitar as comparações entre as formas antigas de dinheiro e as atuais,
mas também não podemos rotulá-las simplesmente como primitivas como se tivessem
pouco valor. As paleomoedas eram feitas em materiais raros como o ferro, cobre,
prata, bronze, ouro, etc. A seguir, vamos conhecer visualmente um pouco desses
objetos.
As 4 peças iguais – Idoma – Moeda corrente – Século XX, Nigéria – Ferro
Iorubá – Ferramenta de Osanymm – Século XX, Nigéria – Ferro
As 2 lado a lado – Ponta de Lança – Moeda corrente – África Ocidental – Ferro
Lobi – Moeda corrente – Século XX, Burkina Faso – Ferro
12 – Dogon, Tellem – Peça de altar – Moçambique – Madeira
13 – Patanya – Moeda corrente – Nigéria – Ferro
14 e 16 – Moeda corrente – África Ocidental – Ferro.
15 – Agogô – Instrumento musical – África Ocidental – Ferro
Instrumento musical – Século XX, África Ocidental – Ferro
Instrumento musical – Século XX, África Ocidental – Ferro
Kirdi – Moeda corrente – Século XX – Camarões
Moeda corrente – Século XX – África Ocidental
Moeda corrente – Século XX – África Ocidental
Iorubá – Moeda corrente – Século XX – Nigéria
Cruzeta de Katanga – Ferro fundido – República Democrática do Congo
Chamba – Moeda corrente – Século XX – Nigéria-Camarões – Ferro
Moeda corrente – Século XX – África Ocidental
Mumuye – Nigéria
Lobi – Século XX – Burkina Faso
Dogon – Mali – Ferro